quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Um desconhecido familiar.

Eu não sei o que me lembras ou de que passado que não vivi, vens... Não sei porque sei até seu cheiro e suas caras. Eu quase não contenho a vontade de gritar eu te amo que se faz sufocada apenas pela ciência de nem ao menos saber quem és tu. Eu não sei porque sentir isso, muito menos porque por você... tão igual a todos os outros, tão vão, tão distante e tão fácil - se em outro momento. Agora não... agora, eu que ando implorando aos deuses por teus beijos sou a mais acessível e vulnerável a ti, um mero desconhecido. Não sei de onde tirei tanto encanto pra pôr nos teus olhos, nem tanta vontade pra te seguir onde vais. Eu não sei porque comigo, não sei porque você. Porém, o mais intrigante mora no porque assim, tão intenso, tão real se há duas semanas atrás eu não fazia idéia de tua existência pequena, singela. Sei que se eu não tivesse sido acometida tão de surpresa e se talvez eu fosse menos sonhadora a mim já pertencias... mas, não, tens que me pisar, tens de estar alheio a tudo que sinto, massacrar-me ao passar com outra, deves me maltratar ao atender o telefone e humilhar meu ego fingindo não me ver. Vai! hoje é o dia da caça! pobre de mim, um gigante caçador agora pequeno, sem lugar. Pobre de mim que por tanto querer jamais saberei o que é estar ao teu lado, sentir teus abraços e ver teu rosto tão simples a me contemplar.
pobre de mim que carrego as leis e vestimentas de uma rainha e não sei do que tudo isso me serve se não posso dividir contigo.
Pobre de mim que nem tenho me compreendido a ponto de não me deixar sofrer, pobre de mim que tenho que fingir estar enganada, me feito a mulher forte e inatingível com um sorriso de farsa pagando pra não chorar.
Pobre de mim que mesmo sangrando te sorrirei desesperada por te ver hoje, pobre de mim que não sei mais o que é dormir, pobre da minha cabeça que não sabe o que pensar, do meu corpo que não sabe pra onde andar, da minha boca que hesita em falar, do meu coração que ainda pensa não te amar...

domingo, 23 de novembro de 2008

Quase. (Série paixõezinhas pequenas)

E de repente chega os pingos dos "is".
Sem esforços, sem penar.
Uma atmosfera de medo, cuidado e mistério se constrói ao meu redor,
tento atravessá-la afim de não ser traída por ela.
Entretanto, fora dela sinto-me desprotegida e exposta, logo eu ora essas!
Tão habituada a exposição, mesmo que tenha que ter trabalhado dura e
cansativamente pra atingir essa condição...
Outra pessoa, outra situação - embora, seja da natureza humana comparar o novo ao já conhecido - tento então deixar escapar pelos poros, ser natural e esperar alguma reação à toda essa naturalidade. Penso eu, que seria essa a única e verdadeira conquista, o que mais posso fazer é melhorar o que sou, escondê-lo jamais!
Paro, respiro, olho ao redor: sinceramente?
É preocupar-me demais com o incerto, enquanto o essencial encontra-se temporariamente desabrigado e esquecido, o eu.

sábado, 1 de novembro de 2008

Entre o desespero e a esperança - Nilton (série paixõezinhas)

Será que te deixam dormir, meus ávidos pensamentos?
Será que incomodam ou irritam?
E mesmo que veemente, serão reais meus desejos?
Acho tão pouco provável que toda essa fantasiosa criação de realidade não seja uma fuga.
Mas, afinal, o que não é?
Procuramos pessoas para fugir da solidão.
Buscamos a felicidade para fugir da tristeza.
Corremos atrás dos nossos objetivos pra fugir da inércia.
Que seja perdoada então, a forma como me concentro em ti agora, mesmo que não seja somente por ti e sim pelo que me tornaria se estivesse ao teu lado todo tempo, de alma, sem medo, sem calma.
Nosso avanço é pertinaz, acontece vagarosamente a cada minuto e eu sei, é materializado por mim, que ora essas, tenho esse dever já que cobiço teus lábios, como uma louca cobiça a sanidade.
Eu preciso fugir do instante em que me encontro longe, amedrontada e saudosa pra ficar em paz.


Layse de Moura Santa Rosa - 02/11/2008

domingo, 12 de outubro de 2008

O que eu sei ninguém me disse! (série paixõezinhas)

Os dias caem saborosamente leves materializando caminhos que antes só existiam em minha mente,
a sensação é a do primeiro amor, da primeira carta escrita, das poucas palavras;
A comunicação se faz por trás de rostos felizes e envergonhados,
e se evidencia com as atitudes espontaneamente incontroláveis.
Sinto que está tudo ali, eu e você, corações sintonizados, interligados.
O abstrato ainda é nosso mundo, antes eu temia ser isso minha ilusão,
porém vejo a mesma chama acesa em teus olhos.

Em todos os momentos me pedes cuidado, exalas medo quando me aproximo bastante. Tua reação é sempre a mais agressiva, antes isso me assustava, hoje não mais.Comprova apenas o medo que tens de que te invadindo eu me reconheça dentro de você.
Enquanto na frente do resto do mundo permitimo-nos viver esse sentimento fingindo estar brincando, a sós fingimos ser desconhecidos, o frio na barriga, o medo de que as nossas vontades
mais profundas usem nossos corpos para concretizar o que já sabemos, arrepia.

Muito desejo e sentimento invade todos os lugares onde vamos,
teus risos, trejeitos, expressões conheço todos, sei decifrá-los melhor que qualquer um.
Quando te toco e sinto teu corpo a me expulsar percebo que estou indo rápido,
desrespeitando teu ritmo e não adianta te cobrar movimento, é teu tempo, eu sei,
de outra forma, estragaria tudo.
Todo meu ser espera teu toque, tua hora, nosso dia, nossa vida...

Te amo, criança!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Me sinto.

Uma música...
Tua música, a mesma de sempre
quase toda tua diferente música.

A música que te toca, música-luz
Teu movimento, tua dança, teu som
música-sombra, também tua, em ti.

Música triste,mas sempre música
Música-alma, que transcede toda matéria
E encontra abrigo no oculto.

Enfim, música solta, assim sem métricas, arranjos ou rimas,
música dispersa que soa no teu imenso ser, música por música, assim sendo inteira, e mesmo sem provar as outras milhares de formas nunca quisesse ser outra coisa em vida.

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Meu coração na caneta, meus desejos no papel...

Preocupo-me pouco com as paredes. Quase não olho de que cor estão pintadas, mas busco olhar nos olhos das crianças (até aquelas adormecidas nos olhos adultos). Encanto-me a todo momento com o brilho que me enviam, talvez seja por esse motivo que elogiem tanto o meu sorriso. O sorriso não é só meu, pertence mais a quem me faz sorrir.Tem algumas características que considero mais evidentes: sou romântica, no sentido poético, de ver o mundo com romantismo e poesia. Porque a delicadeza e felicidade podem habitar até as coisas tristes... Sou também sonhadora. Um sonho é também um presságio, uma imagem de um futuro desejado, e eu não deixo de construir futuros no meu coração, até mesmo quando a realidade me agrada... Sonhar é também ser o que se sonha. É se antecipar na vida e fazer amor com o amanhã que ainda não raiou. O hoje não é só uma espera, e sim um local onde já estive em pensamento e desejei estar de novo, nem que só mais um momento.

sábado, 5 de julho de 2008

Não existe mais uma cadeira vazia do lado, no ônibus.

As pessoas estão cada vez mais distantes, desvinculadas, egoístas...
andam por aí vestindo um jeans cool, uma bolsa da moda, um rosto desconhecido e um fone no ouvido. ah! Tudo culpa do mp3, da geração tecnologia! tão bom compartilhar daquele som que toca nos ônibus, músicas totalmente ruins e de péssimo gosto que chega a ser cômico unindo e aproximando as pessoas nem que seja pra dizer: que merda é essa?; aí de repente toca aquela música que em outro momento você nem acharia tão boa e você sorri pensando: essa música é muito massa, mas não. Fazem a seleção das preferidas colocam lá e saem por aí ouvindo as mais perfeitas, perfeição cansa!
shopping, homens musculosos lindos e cheirosos, meninas perfeitas, cabelos perfeitos, tudo pra todos os gostos, marcas, fama, glamour, tudo sem a mínima graça, porra perfeição cansa e muito!
chegará um dia em que a perfeição será ignorada e rejeitada, nesse dia brilharei...
eu que vejo sanidade na loucura, que tenho me assumido ser errante quando todas as luzes estão em minha direção, que tenho sido humana desde sempre e demaseadamente pé no chão.

Prefiro ter a mim, ser o que sou, tão imperfeita assim, errar, acertar, me jogar sem medir, lutar, chorar, espernear, brigar, correr e gritar; mas, não quero ser mais um, eu não sou um robô, ninguém deveria ser, estou viva, na ativa, nunca no automático!
Espere pra ver: vou cair, vou levantar; estou sempre cheia de arranhões e sempre tão infinita e com infinitos sorrisos pra lhe dar. Estou querendo salvar qualquer coisa da inércia conveniente, acredito nas pessoas e tenho plena certeza que todas elas estão interligadas formando o imenso universo que é Deus. Acredito nele e nelas, mesmo que elas não andem acreditando tanto em si mesmas e estejam o tempo todo querendo outro alguém para completá-las. Que TOLICE, que bobagem! a felicidade mora dentro, não há como pegar a que vem dentro do outro, é sua, e a outra é dele, única; Sejam capazes, ora essa, de despertar isso em vocês mesmos. Eu fui e desde então felicidade aqui REINA! Qualquer pessoa pode me deixar triste sim, mas o que muda é só meu estado naquele momento apenas, ninguém pode arrancar minha felicidade, ninguém pode me fazer feliz, além de mim.

Pessoas amem-se porque isso é tudo de mais lindo que podemos fazer, aprendam a se amar, aprendam sobre o que é se amar, se amar não é se achar linda perfeita, com a pele mais dourada que já se viu isso é amar o que os outros vêem e amam em você; você não precisa ser tão raso se pode ir mais a fundo, eles não podem, assim como você não pode ter uma visão completa de ninguém! você mesma é sua maior oportunidade, um tesouro a ser lapidado pelas mãos do amor.Se ame porque você conhece cada lugarzinho que habita dentro de teu ser, explore, colonize, aprecie: esse lugar é seu!; só você pode visitá-lo sem restrições ou bloqueios. Só você tem poder sobre ele! Ame suas atitudes ou passe a tomar atitudes que sejam admiráveis por você, não atropele suas verdades, estude-as, compreenda-as, e por fim ame-as, defenda-as, mostre-as pro mundo e ensine o mundo a buscar isso também.

AMEM. AMÉM!

Layse de Moura Santa Rosa. 05/07/2008.

domingo, 25 de maio de 2008

Leandro... (L)

A noite encerra as esperanças de melhora onde existe o desconforto, ela combina com o tom de meu rosto borrado de tanto chorar, onde acabarei eu afinal se não contigo?
Eu engano a todos, mas me sobra um vazio aqui e nada pode preenchê-lo, tem teu nome, tua digital...
Meu corpo sente quando estas por perto, minha alma mesmo sem olhos radia brilho ao te ver;
Eu tento, mas pra mim é só você, não consigo ser o que eles dizem, você é o que digo primeiro e último, é a luz do caminho quando já exausta do mundo não consigo ver chão.
És a saída emergencial, a salvação, a suficiência.
Não dá pra ser como deveria, não dá pra me amar mais que o motivo do meu sorriso mais pleno e feliz.
Piso, sento, choro, morro, agonizo aqui no chão do meu quarto onde um dia tu extasiado por minhas carícias e entrega já estiveras; não consigo ligar uma coisa à outra, como pode ser triste o lugar onde já passaras tu?
O homem que desejo todo os dias, aquele que não passo um dia sem pensar...
Meu amor, minha vida se esvai veia a fora. Tento ficar de pé e logo caio, não me sustento, eu não aguento, eu não te largo.
E em mais uma madrugada chuvosa durmo - vencida pelo cansaço, enfim - e acordo sem rumo, querendo na vida apenas correr e correr pra chegar logo ao fim.

incansável...

Remexendo no passado, em tudo que tenho guardado, tantos planos virando realidade e eu perdendo você mais a cada dia, mais a cada passo;
Não quero realizações quero minha vida de volta, você ao meu lado, de nada mais eu reclamaria.
Eu não quero viver sem acreditar no amor, preciso que ele cresça em mim, não quero me conformar por não ter você!
Quero é continuar lutando, sempre remando contra a maré, mesmo que eu nada consiga, quero preservar a sensação de achar sempre que posso conseguir!
Não consigo ficar parada e só vou poder, quando contar aos nossos filhos que o amor existe, que é mais feliz que os da TV filmes, que ele mora comigo e todos os dias dorme e acorda agarrado a mim.
(L)

terça-feira, 20 de maio de 2008

Começo falando dele pra ver se acabo diferente...

Eu espero chorando pelo teu perdão
Como se nele tivesse preso a solução pra tudo
Não consigo seguir em frente sem a tua mão

Os dias passam por mim intactos
meus pés já perderam o ritmo, o passo
Não vibro, não descanso, apenas espero, na inércia do que é sentir-se abandonado

Desligo-me do mundo só pra não ver que do teu nada sei
Desligo o celular pra não saber que você não ligará
Desligo-me da vida pra não vivê-la sem você.

Enquanto me distraio rindo por qualquer bobagem
Sinto que de você nem distanciar-me consigo
Meu pensamento não me deixa, perde o fio quando não está contigo

Comigo guardo teus costumes, tuas caras, todo teu vocabulário
Imito até tuas manias, brincadeiras, caretas...
Enquanto perco as esperanças, enxergo menos caminhos onde eu possa pisar

E eu tenho tentado cessar meu pranto
Empenhando-me bastante escondo o que há de teu em mim
Perdendo assim o brilho nos olhos, a estrada a seguir...

19/05/08 - e até quando?